Homem disfarçado de policial mata a tiros congressista democrata nos EUA
A congressista estadual Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara dos Representantes de Minnesota, e seu marido, Mark, foram assassinados em sua residência próxima a Minneapolis
Um homem disfarçado de policial matou a tiros uma congressista estadual democrata e seu marido, e feriu outro parlamentar em Minnesota, no que o governador desse estado do norte dos Estados Unidos classificou como ataques "por motivos políticos".
As duas agressões ocorreram em meio a profundas divisões políticas nos Estados Unidos e horas antes de dezenas de milhares de pessoas saírem às ruas em protesto contra as políticas do presidente republicano Donald Trump.
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A congressista estadual Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara dos Representantes de Minnesota, e seu marido, Mark, foram assassinados em sua residência próxima a Minneapolis, declarou o governador Tim Walz em uma coletiva de imprensa.
Ela será "insubstituível", disse Walz sobre Hortman, de 55 anos e mãe de dois filhos.
O senador estadual John Hoffman e sua esposa, Yvette, ficaram feridos por disparos, declarou o governador com a voz embargada. Acrescentou que as autoridades estão "cautelosamente otimistas" quanto à recuperação deles.
"Este foi um ato de violência política seletiva", declarou Walz, ex-companheiro de chapa da ex-vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris nas eleições presidenciais de 2024, vencidas por Trump.
O autor dos ataques, realizados com um intervalo de 90 minutos, continua foragido, informou a polícia.
Autor dos Ataques em Minnesota
Centenas de agentes estão à procura de "Vance Luther Boulder, um homem branco de 57 anos, com 1,85 metro de altura e 100 quilos, cabelo e olhos castanhos", declarou Drew Evans, superintendente do Escritório de Detenção Criminal de Minnesota, em entrevista coletiva.
"Ele foi visto pela última vez nesta manhã. Usava um chapéu de caubói claro", acrescentou.
O suspeito conseguiu fugir durante um tiroteio com policiais nas proximidades da residência de Hortman, declarou Evans.
Mark Bruley, chefe de polícia de Brooklyn Park, Minnesota, afirmou que o suspeito "claramente se ou por um agente policial, utilizando a confiança que a farda e o distintivo conferem para entrar na casa".
Seu carro "parecia exatamente um veículo policial" e o suspeito "usava um colete com uma arma de choque e outros equipamentos", acrescentou.
Dentro do veículo foi encontrado um "manifesto" com uma lista de congressistas, informaram as forças de segurança.
Trump classificou o ocorrido como "terrível". A procuradora-geral Pam Bondi também condenou a "violência horrível" e afirmou que os responsáveis enfrentarão "todo o peso da lei".
"O diálogo pacífico é a base da nossa democracia. Não resolvemos nossas diferenças com violência nem à base de tiros", reforçou Walz.
Uma manifestação contra Trump prevista em Minnesota, como parte da onda de protestos programados para este sábado sob o lema "Sem Reis", foi cancelada depois que a polícia emitiu uma ordem de confinamento enquanto busca o autor do ataque a tiros.
Tensão política
Esse ataque ocorreu horas antes de Trump liderar, à tarde, um desfile militar, o primeiro em 30 anos na capital.
Os democratas criticam Trump por sua política migratória drástica, seus ataques à educação e à imprensa, e pela percepção de que ele ultraa os limites do poder executivo com uma agenda ultraconservadora.
"Neste momento crítico em que nos encontramos, esse trágico acontecimento aqui em Minnesota deveria servir de lembrete para todos nós", disse Walz.
"A democracia e os debates nos corredores do Congresso, nas assembleias estaduais e nos conselhos escolares são a forma de resolver nossas diferenças pacificamente e levar a sociedade a um lugar melhor", insistiu.
Amy Klobuchar, senadora por Minnesota no Congresso em Washington e amiga de Hortman, descreveu-a como uma pessoa dedicada ao serviço público e envolvida com temas como os direitos das mulheres e as energias limpas.
"Vou ser absolutamente clara: este foi um ato de violência política seletiva e um ataque a tudo o que defendemos como democracia", declarou Klobuchar.
A ex-integrante da Câmara dos Representantes dos EUA Gabby Giffords, que sobreviveu a um tiro na cabeça em 2011 e hoje combate a violência armada, disse estar "devastada" pela morte de Hortman.
Os Estados Unidos também sofreram recentemente vários ataques seletivos contra políticos.
Em julho ado, Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício, e em 2022, o marido da democrata Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes, foi atacado com um martelo em sua casa na Califórnia (costa oeste).
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